No cenário de nossas vivências
rompem-se fios da teia da vida. Todos os dias as cortinas se fecham para vidas
ainda latentes, são tristezas anunciadas que retiram de nós as esperanças de um
mundo melhor. Rostos de uma juventude que grita por vida, perdem-na por
banalidades. Pra nós, cujo pensamento acredita na bondade humana, é algo
incompreensível.
Cada vez que somos obrigados a
pensar na vida como algo finito, somos por consequência, arrancados de nossa
inércia. No entanto, aceitar essa condição de finitude é algo que não cabe em
nosso entendimento, somos humanos em demasia e é de nossa condição não aceitar
as perdas.
Há um inconformismo por trás das
aceitações, há medo por trás das barbáries, é triste ver que jovens têm tido
suas vidas ceifadas e vê-las justificadas pela procura inevitável na escolha
errada da porta larga, em outras palavras, é achar compreensível a sentença de
quem, com as próprias mãos, a escolheu e a acolheu para si.
Meus pais me ensinaram que
caminhos eu deveria escolher, não o impuseram, apontaram a direção e seguiram
junto comigo. Pergunto-me: Será que nossos pais de hoje não têm percebido que,
ao se omitirem, apontam um caminho sem volta?
Cada vez que anunciam violência
gratuita, vidas ceifadas são manchetes alarmantes e omissões que calam os
gritos de desespero por trás do medo, em meu silêncio eu também choro, choro
pra dentro porque temo que em minha juventude o mundo me pareça tão velho e
calejado de esperanças, me dói pensar que para futuramente ter um filho
precisarei antes de qualquer coisa construir sua redoma e, ainda assim
continuar a temer e lamentar por tais prisões.
Realidades desconfortantes que me
fazem pensar no hoje muito mais do que no amanhã... Realidades inexatas que
flagelam minha alma e fazem-me desejar beber cada gota de felicidade que me é
oferecida, e amar mais os meus pais, e a elevar mais orações e pedidos de
proteção aos céus. No desconforto destas realidades, o que me conforta é saber
ainda há quem semeie o amor e então, ainda é possível que colhamos alguns de
seus frutos.
TEXTO: ADRIANA PESCA
Oi... Peço licença para entrar aqui. Sou amante da leitura e já andei lendo seus textos, depois que vi sua indicação lá no blog do Gil no portal da (OLP), espero traçar fios contigo através das palavras. Grata Juliana (eu sou de Parelhas RN).
ResponderExcluirObrigada querida, é muito bom tê-la por aqui, o que achou das leituras feitas? Gostaria que tivesse dito. Estamos distantes sim, mas, poderemos no encontrar nessa brevidade de momentos que aqui nos permitimos ter.
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