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sexta-feira, 30 de março de 2012

Assim caminha a humanidade


É impossível não repararmos na pressa com a qual a humanidade tem se projetado, passamos de uma era a outra numa velocidade tamanha... Mais impossível ainda é não percebermos que junto com a pressa do mundo, apressam-se também as relações humanas. Da invenção da roda ao carro conversível, do 14-BIS aos jatinhos, do sinal de fumaça aos telégrafos e destes aos telefones sem fio, aos celulares cada vez mais sofisticados, da máquina de escrever aos computadores, destes aos notebooks, andróides, ipods, ipeds, tablets.... Do outro lado temos também: Do beijo de boa noite, a somente boa noite, das conversas ao ar livre às janelas do Messenger, dos abraços apertados às cutucadas no facebook (pensando bem, cutucar ao vivo, sei não), das mãos, beijos, carícias e um sorvete na praça, aos sites de relacionamento...  Cada vez mais sofisticados, cada vez mais distantes.
O que dizer da era tecnológica, o que dizer da geração on line, o que dizer das gerações que curtem e compartilham? O que dizer??? É uma geração que tem pressa de chegar, embora, não se saiba onde.
Seria hipocrisia não aplaudir de pé toda esta fantástica evolução, o homem é um ser capaz de transformar e transcender... O que me deixa preocupada é que essa transformação produz dois tipos de efeitos. Existem as glórias das grandes descobertas: a penicilina, as células tronco, o Viagra... E, as inglórias do mau uso da inteligência: as armas nucleares, a bomba atômica, as leis de efeitos ilegais. A humanidade brinca de Deus, mas, ao contrário Dele, escreve torto por linhas certas. Qual será de fato o futuro da humanidade?
Poderia citar coisas banais, que eu mesma já me vi fazendo, como ser humano errôneo que sou. Basta colocarmos o termômetro da sensatez, mas, atenho-me a coisas que fazem parte do próprio sentido que se dá à evolução. Inquieto-me, porém.
Que realidade é essa? Causam-se mortes em nome de Deus, fala-se em igualdade quando o que queremos é respeito ao que temos de diferente (afinal queremos ser iguais ou diferentes?), proíbem-se as palmadas educativas e em troca eles nos mostram como deixaram de ser crianças  (segurando armas e causando terror), pregam a pobreza do evangelho e pedem altas quantias para o  crescimento do Reino, vemos o noticiário com altos índices de pobreza  e fome na Tailândia e trocamos de canal,  ou passamos para outra página no navegador após um  sonoro nooossa, de repúdio aos governantes, mas, ficamos horas e horas votando para que pessoas financeiramente seguras ganhem um milhão e meio de reais ou, se não o fazemos, damos IBOP, assistindo ao BBB(claro, dentre todos esses, não passo ilesa, pois, confesso, liguei minha TV, para ver o BBB).
Poderia enumerar muitas outras coisas, poderia dizer ainda que continuamos avançando, embora, todo avanço cause uma dúbia aceitação: igualdade a todos sim, casamento gay não; cotas raciais sim, negros na presidência não; mulheres que votam sim, presidentes mulheres não,  igualdade de gênero sim, mulheres chefiando não, e homens na cozinha, não, não e não;  E quem implantou o universidade para todos???  Presidente pobre, Nãããoooooooooooo... Contradições, contrasensos, controvérsias. Tudo isso é o caminho da humanidade, conquistamos tudo isso e mudamos nossa realidade, o que não conseguimos mudar é a cabeça ultrapassada de muita gente.
Esse é o caminho da humanidade, largos passos apressados, mas, uma lenta chegada ao que poderemos chamar de “transformação”. Assim caminha a humanidade... Assim caminhamos, humanidade.

ADRIANA PESCA

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