Total de visualizações

quarta-feira, 21 de março de 2012

TEMPO

Quando passamos a compreender a existência humana como parte de um processo evolutivo dentro de uma associação temporal, passamos a medir a passagem do tempo.  Mas, o que seria para nós o tempo?  A progressão da passagem das horas, dias, anos, mudanças seculares, transformações biológicas? Um amigo das dores, pai do esquecimento, aquele que cura as feridas mais profundas, que constrói castelos de vidro e destrói castelos de areia!
O tempo, ah o tempo... Indefinível. Findo, mas, ao mesmo tempo infindável, cronológico, mas, muito mais psicológico interior muito mais do que exterior. O tempo que envelhece a face, cria calos e rugas, é o mesmo tempo que rejuvenesce a alma, embora amadurecida pelo próprio tempo, pois, quanto mais velhos nos tornamos, mais jovens aprendemos a ser e mais maduros estamos.
Mas, o tempo amigos, é um ser com muitas faces e seu poder de transformação pode tanto atrasar nossos dias como acelerar o ponteiro do relógio da vida. Ele pode nos levar e nos trazer de momentos passados tão somente paramos para o exercício de pensar, de lembrar, de trazer à tona nossas saudosas passagens, estas podem nos alegrar ou entristecer, fazer-nos rir e chorar e às vezes até gargalhar como loucos porque o tempo da piada passou, mas o momento do riso só chegou agora, tamanho é o seu poder de nos fazer vivenciar o que já vivemos como se acontecesse hoje.
O tempo, meus nobres, pode ser amigo, mas, também inimigo, porque, lembrar que a pele antes rija tornou-se um tecido flácido, que bumbuns antes durinhos e seios arrebitados ganham outra dimensão, que os músculos antes exibidos com orgulho, são massas de gordura localizada, que os que antes se denominavam garanhões ou musas insaciáveis do prazer, hoje não vão além do primeiro “Round”, é algo nada agradável. Aí culpamos o tempo, ou a falta dele, para justificarmos o sedentarismo pela falta de caminhada, para o “fest food” quase obrigatório, ou ainda, porque era preciso relaxar, tomar aquela cervejinha, ou várias, madrugada a fora. Ainda não era tempo de se cuidar, cedo demais para pensar nas responsabilidades, tarde demais para voltar atrás e refazer o caminho, enfim, nunca é cedo ou tarde e sempre é cedo ou tarde.
Meus queridos, o tempo somos nós que o fazemos, o nosso tempo, pois, o verdadeiro tempo passa, os anos se vão e nós não somos seres imortalizados, nem possuímos uma máquina do tempo que nos permita ir e voltar quando precisamos. Daí que o tempo é sempre o agora, pois, será ele que definirá o que virá com suas causas e conseqüências, afetos e desafetos, mas, acima de tudo, repleto de oportunidades de fazermos do hoje o momento de ser e fazer, não como se o amanhã nunca fosse existir, mas, como se o próprio amanhã abrisse as janelas de nossos mais belos horizontes.

ADRIANA PESCA

Nenhum comentário:

Postar um comentário